Este texto foi elaborado durante o curso "Legislação Educacional e a função do Gestor, em junho de 2010, sob a orientação de Mércia Falcini.
Compartilho-o neste espaço com o objetivo de ampliar a reflexão sob a construção coletiva do conhecimento num mundo marcado pelas rápidas mudanças em todos os aspectos.
Olhando, agindo, modificando...
“Mudar o mundo é mudar o olhar”
(Roberto Crema)
Inicio este texto, cuja temática principal é a
mudança do mundo, me questionando: “será que faço um rascunho manuscrito e depois
‘digito’ para entregar uma cópia
impressa, ou apenas capricho na grafia e entrego ‘assim mesmo’, como nos tempos do 2º grau?”
Pois é, esta simples questão me faz vivenciar a mudança
do mundo e a oportunidade que cada ser humano tem de favorecê-la ou não, dela participar
ativamente ou não, sofrendo, inclusive, as conseqüências positivas e negativas
de sua decisão.
A experiência de redigir o texto manuscrito não se
compara aos recursos tecnológicos que influenciam sua redação num computador.
Cada uma dessas formas de registro traz benefícios diferentes ao autor no
momento da escrita. Porém este não é o nosso foco. O caso aqui é perceber como
as mudanças do mundo agem no nosso cotidiano e o quanto somos responsáveis por
elas.
O simples fato de me questionar sobre a forma de
registrar esta reflexão suscitou alguns conceitos inerentes ao processo
ensino-aprendizagem, à didática, à escola, pelos quais perpassa as ações de
educadores e educandos.
As tecnologias fazem parte da vida em sociedade,
porém, a informática e suas aceleradas modificações, muitas vezes, ainda estão
à margem das relações escolares. Este é apenas um exemplo do quanto os
indivíduos estão sujeitos às mudanças do mundo.
Acredito que cada pessoa, em algum momento da sua
vida, já se identificou com a personagem Mafalda. Todos, cada um a sua maneira,
sempre tentamos mudar o mundo. Alguns com maior intensidade nas ações, outros
pouco conscientes de sua influência.
Cada indivíduo, revestido de seus diferentes papéis
sociais, tem seu olhar voltado para aquilo que acredita necessitar de mudança.
Entretanto, esses mesmos indivíduos têm na escola a oportunidade de construir
suas opiniões e a capacidade de enxergar o mundo em que vivem.
Por isso, a instituição escolar caracteriza-se como
elemento essencial diante da possibilidade que as pessoas têm de ação no mundo:
uma escola reguladora fará com que seus alunos regulem suas ações de acordo com
o mundo que já existia antes mesmo de terem nascido; uma escola transformadora
fará com que seus alunos apreendam este mundo e ajam de maneira a modificar
aquilo que precisa ser melhorado.
Dicotomicamente, a escola é constituída de pessoas.
Sendo assim, o que a torna uma instituição reguladora ou transformadora são os
conceitos que dirigem as atitudes das pessoas que a constituem.
Sou educadora e constituo a escola em que trabalho.
Reconheço minha influência no mundo e, por isso, estou sempre em busca de
ferramentas para meu constante autoconhecimento e para aperfeiçoar meu
conhecimento de mundo.
O curso sobre legislação educacional é uma dessas
ferramentas. Aprofundar a reflexão sobre os direitos e deveres e sobre a função
do gestor educacional, mais uma vez, mudou o meu olhar. Proporcionou condições
para que eu possa continuar a agir de maneira a mudar o mundo em beneficio de
todos que dele fazem parte, buscando evitar que este mesmo mundo modifique as
condições que todos nós, seres vivos, necessitamos para (sobre) viver.